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Consultoria e Assessoria – Novo e promissor mercado para profissionais autônomos.

 Segundo Sir Peter Drucker, “daqui a algumas centenas de anos, quando a história do nosso tempo estiver sendo escrita, muito provavelmente o mais importante evento que os historiadores verão, não será a tecnologia nem o comércio eletrônico. Será a mudança sem precedentes ocorrida na condição humana“.

Parte dessa mudança já começa a acontecer no mercado de trabalho com o surgimento dos profissionais autônomos de Consultoria e Assessoria. O que nos faz crer que Sir Peter Drucker, fala da capacidade que o homem vem desenvolvendo nos últimos tempos para empreender. Fazer-se por si. Construir-se. Fazer escolhas não convencionais e lutar por elas. Identificar dentre tantas oportunidades aquela que realmente lhe agrega valor como ser humano.

Ser Consultor é antes de tudo ser empreendedor. Tornar-se um empreendedor requer fazer a escolha de construir uma carreira autônoma, sair de uma “zona de conforto” e enfrentar riscos, promover mudanças e nesse caso a responsabilidade pessoal e profissional é individual e intransferível.  Tornar-se um Consultor requer isso tudo, obtendo resultados positivos, não apenas para si e para o seu cliente, mas também para toda a sociedade.

Nesse contexto, não basta tornar-se um profissional sumamente competente em sua área de atuação. Deve-se, antes de tudo, ter competência para usar os conhecimentos específicos adquiridos para influenciar mudanças, lembrando que as efetivas mudanças requerem combinações de vários fatores, num processo dinâmico que demanda atenção constante e disposição para rever e reajustar estas combinações.

Defendo que a expansão do mercado de consultoria e assessoria, ocorrida no Brasil a partir da metade da década de 70, como parte desta mudança, visto que a relação de trabalho é uma das mais antigas e fortes formas de relação estabelecida na humanidade e tem se modificado no tempo, graças ao amadurecimento das sociedades que buscaram a melhoria da condição humana, reconhecendo que a autonomia é libertadora.

 Esse mercado, cuja oferta se constitui na disponibilidade de profissionais autônomos, especializados em determinadas setores, para assistirem organizações por tarefa a cumprir, deriva de um ajuste entre a oferta e a demanda do mercado de trabalho após a reprogramação das áreas de recursos humanos das empresas privadas, que resultou em equipes menores e mais eficientes – eficiência entendida como a relação custo x benefício.

Após, aproximadamente 30 anos vivendo esse novo tipo de relação, tanto os profissionais quanto as organizações ainda precisam, muitas vezes, “discutir a relação” após as contratações, por não haverem, em momento anterior, debatido as suas bases. Tal fato, ainda gera desconfiança na atuação de consultores e assessores, traduzida em piadas pouco recomendáveis às suas contratações.

Ainda assim este mercado vem se desenvolvendo e contando com profissionais cada vez mais preparados para cumprir seus papéis em projetos corporativos, tendo que interagir com outros profissionais externos e com aqueles do quadro fixo da organização.

A partir dos anos 90, com a retomada do processo democrático no Brasil e a ocorrência da ECO - 92, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), mais um novo setor se estabeleceu no mercado de trabalho brasileiro. O Terceiro Setor constituído pelas Associações de caráter social e Fundações, popularmente chamadas ONG, é atualmente um dos maiores demandantes de serviços de Consultoria e Assessoria.

Atuar neste setor recém-constituído e regulamentado, cuja proposta é promover melhoria na condição de vida de comunidades fragilizadas, é um desafio que obriga o profissional a conhecer bem a conjuntura socioeconômica local, as leis e normas que regulam o setor e a dinâmica do público alvo das intervenções, os aspectos operacionais do gerenciamento de projetos sociais, as formas de avaliar os resultados os impactos obtidos e os instrumentos necessários para multiplicar práticas bem sucedidas.

Cabe, no entanto, ressaltar que um projeto social é um esforço de equipe e, em assim sendo, todos os profissionais que dela façam parte, devem agregar à sua capacidade técnicas, os atributos acima destacados.

Considerando que os projetos têm começo, meio e fim, ou seja, têm prazos determinados, dispostos em cronograma acordados entre financiador, executor e  beneficiário; os profissionais que atuam nessa área, apesar de deverem ter uma relação formal de trabalho, esta relação não é indefinida como soe acontecer em outros casos, como em empregos públicos e até privados de contratação por tempo indeterminado. Fato que determina a contração de consultores e assessores pelo período que seus serviços sejam requeridos.

O Consultor e o Assessor devem compreender que sua missão é educar e quanto mais se dispuserem a preparar o cliente para resolver seus próprios problemas, mas êxitos terão em sua vida profissional. 

A Consultoria é um serviço técnico exercido de forma independente, comprometido em sugerir alternativas adequadas, exequíveis e aceitáveis para solucionar problemas que estejam acarretando preocupação para a organização – cliente. Em assim sendo, não cabe ao consultor o papel de solucionar o problema, mas o de indicar ao seu cliente o melhor caminho para fazê-lo. A assessoria por sua vez, atua diretamente na solução do problema, seja com base em recomendação de uma consultoria ou por conhecimento do caso a resolver.

Em qualquer área de trabalho tanto a Consultoria quanto a Assessoria requerem pesquisa, disciplina, comprometimento e ética e devem ser desenvolvidas com base em análise de fatores internos e externos para a busca de soluções imaginativas, porém exequíveis, a custos praticáveis pela organização.

Embora a prestação desta modalidade de serviços exija do profissional maturidade e conhecimentos técnicos profundos, constata-se um número cada vez mais crescente de profissionais recém-formados atuando neste mercado, principalmente no Segundo Setor, o das empresas privadas Aconselha-se a estes profissionais procurar conhecer práticas bem sucedidas, fazendo benchmarking, sempre que possível, ou atuar em parceria com profissionais mais experientes.

Consultores e Assessores - Leased Executive - são profissionais que aliam às suas competências técnica, suas habilidades e suas atitudes na busca da melhor alternativa para solucionar os problemas de seu cliente.

Vale a pena lembrar que o Terceiro Setor como qualquer outro é regulamentado por leis gerais e específicas; que a maioria das práticas ainda se baseia no empirismo e que, por ser um segmento recente, poucos são os dados estatísticos disponíveis e os conhecimentos codificados. Recentemente, algumas universidades do Brasil já estão considerando em suas grades curriculares de graduação e de pós-graduação, disciplinas específicas sobre Terceiro Setor, como Elaboração de Projetos Sociais, Marketing Social, dentre outras.

Recomenda-se, portanto, a esses profissionais, pesquisa árdua na internet e em publicações dirigidas; a formação de rede de relacionamento; a participação em eventos específicos; e, sobretudo, o desenvolvimento da capacidade de buscar nas informações disponíveis sobre o Primeiro e o Segundo Setor dados que possam subsidiar os trabalhos desenvolvidos no Terceiro. 
abril 2011


Silvana Monteiro Moura da Costa, Economista, Executive & Personal Coach, Consultora nas áreas de Planejamento e Projetos, Instrutora de Cursos nas áreas de Planejamento e Projetos Organizacionais, Planejamento e Projeto de Carreira, Desenvolvimento de Equipe, Liderança e Palestrante Motivacional (smmcosta@uol.com.br)